Acupuntura

Aacupuntura é um dos procedimentos que fazem parte da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), trazida ao Brasil por imigrantes chineses e japoneses e praticada no início por Acupunturistas com anos de prática em seus países, os quais mais tarde foram passando seus conhecimentos a inúmeros Terapeutas-Acupunturistas e finalmente ensinando a diversos profissionais da área da saúde e hoje já sendo reconhecida como especialidade médica, liberada aos Médicos-Acupunturistas em agosto de 1995.

A técnica consiste em estimular certas regiões anatômicas denominadas pontos de acupuntura. O estímulo pode ser feito de várias formas, com agulhas, com impulsos elétricos, com calor, com laser e com os dedos. Dentro da MTC há o estudo dos caminhos destes pontos e aliado ao conhecimento da anatomia ocidental o Terapeuta/Médico dispõe do conhecimento necessário para utilizar da técnica mais eficiente junto ao seu cliente/paciente. A acupuntura é um método seguro e com poucos efeitos colaterais quando utilizada por pessoa capacitada e conhecimento no ramo, uma vez que o título de Terapeuta/Médico Acupunturista não fornece necessariamente o conhecimento prático anatômico, fisiológico e clínico para a boa utilização dentro da MTC.

O funcionamento dos meridianos chineses é baseado na união dos órgãos e sistemas do corpo por caminhos neuronais, o que torna difícil sua visualização, sendo os acupontos de maior facilidade de localização através de aparelhos eletrônicos, uma vez que há um fluxo elétrico nestes locais que podem ser medidos e de acordo a situação dos órgãos, estes pontos variam sua impedância e resistência elétrica. Os estímulos destas terminações nervosas dos músculos enviam sinais para o sistema nervoso central em 3 níveis distintos: o medular, o mesencefálico e o hipotalâmico. A estimulação do eixo hipotálamo-hipofisário provoca a liberação de beta-endorfina, o sistema nervoso central que por sua vez libera neurotransmissores (endorfinas). Liberação por sua vez leva a produção da mesma quantidade de cortisol, que atua em processos inflamatórios em geral. No nível do mesencéfalo os neurônios são estimulados e liberam serotonina e norepinefrina que inibem o impulso doloroso a nível medular. E finalmente no nível medular os interneurônios da substância gelatinosa liberam dinorfina e bloqueiam o impulso doloroso que se propaga pelas fibras aferentes nociceptivas. Também existe outro mecanismo, a captação da energia do meio ambiente por estes pontos, da terra, água, ar, fogo e um quinto que é o eter, substância esta presente até no espaço sideral.

As agulhas mais usadas têm mais ou menos a espessura de um fio de cabelo, cerca de 10 vezes mais fina que uma agulha comum de injeção, e busca-se colocar com precisão nos acupontos, embora a inserção não precise ser no local exato mesmo porque o ponto sofre pequenas oscilações de posição de acordo a fisiologia do cliente/paciente. Nestes pontos, de acordo a sensibilidade do local e a inflamação do órgão pode haver dor e a própria manipulação da agulha também pode ser dolorida, mas é necessário o trabalho do ponto para o estímulo ou depleção do órgão ou região do corpo a ser tratada. Por ser um método que adentra a pele, existe sempre o risco de contaminação quando não há a devida assepsia e higiene nas terapias/tratamentos. A Utilização de agulhas descartáveis, a higiene e assepsia fazem o risco de contaminação praticamente desaparecer, com raros relatos de casos de infecção. Os pequenos sangramentos por lesão de micro-vasos que às vezes ocorrem são resolvidos facilmente por pressão local e quando ocorre um sangramento bastante escuro, é o sangue que estava estagnado dentro do meridiano. As inflamações locais não são descartadas quando o paciente tem pré-disposição ou quando seu sangue encontra-se excessivamente acidificado.

Geralmente a sessão é feita após uma consulta onde vão ser feitas as diáteses/diagnósticos através da face, pulsos, língua e queixas do paciente, sendo a avaliação/consulta diferente da que ocorre na medicina convencional, pois baseia-se no funcionamento do todo orgânico e não somente na sintomatologia local. Normalmente a colocação das agulhas é feita em várias partes do corpo e pede-se que o paciente venha com roupas confortáveis e que facilitem a exposição das áreas onde vão ser aplicadas as agulhas, o que não impede da pessoa vir a preparar-se para a sessão no local da terapia/tratamento. As sessões em média duram cerca de 30 minutos, podendo ser aumentadas ou diminuídas em função do estado da pessoa naquele momento. Nos desequilíbrios crônicos as sessões podem ser semanais e os ciclos de tratamento podem ser compostos de 8 a 12 sessões, e um tratamento típico de acupuntura dura cerca de 3 meses, podendo ser ampliado se necessário. Nos casos agudos e/ou dolorosos a freqüência pode ser em dias alternados até o desaparecimento do quadro.

Antes das sessões é interessante que a pessoa não esteja nem em jejum muito prolongado e nem ter comido em excesso, sendo até conveniente que se abstenha de relações sexuais e atividades físicas muito intensas e no período de cerca de 1 hora após a sessão é necessário evitar tomar banhos ou atividades na água. Estas restrições não são de forma nenhuma absolutas. No geral pode ocorrer uma sensação de relaxamento durante e logo após a sessão, bem como sentir-se um pouco zonza que passa quando a pessoa volta a se movimentar. Após as sessões, muitas vezes ocorre um aumento da diurese, bem como algum tipo de eliminação como corrimentos vaginais, diarréias ou coriza, que significam uma eliminação do organismo que param com a seqüência do tratamento. Existe também um efeito colateral muito agradável, que é a sensação de bem estar que permanece por alguns dias após a aplicação, que está ligado à liberação das endorfinas.

Em princípio todas as desarmonias da nossa saúde podem ser corrigidas pela acupuntura, pois de uma forma geral as patologias possuem um antecedente que estão numa fase energética ou funcional (depressão, ansiedade, stress, insônia, enxaqueca, distúrbios da menstruação, alergias, rinites, dores, entre outras) as quais antecipam problemas mais graves e tendem a lesionar os tecidos (cistos, tumores). A acupuntura pode ser feita isolada ou concomitantemente a outros tratamentos, como homeopatia, fitoterapia, florais e tratamentos da medicina convencional.